quarta-feira, 30 de maio de 2012

A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO FERROVIÁRIO NO BARREIRO

A forma de preservar o património nacional, é criar condições para a sua preservação dentro de um contexto de desenvolvimento local e regional.
A preservação, encarada sob este ponto de vista, não se esgota na preservação de algumas estações ferroviárias, embora tal aspecto seja importante.
Importa criar um modelo de preservação das estruturas ferroviárias, da memória, das profissões, sempre centrado na necessidade de desenvolver uma região, uma cidade, de forte cariz ferroviário.
Colocando a tónica no binómio preservação/desenvolvimento, e orientando trabalhos e estudos neste sentido, será possível encontrar formas de preservar a história e conjuga-la com o desenvolvimento económico.

O trabalho a fazer, tem que estar necessária e directamente relacionado com a identidade dos lugares, com as suas histórias, tradições, gastronomia,  hábitos, praças, ruas e edifícios.
O património ferroviário faz parte da identidade da cidade do Barreiro. O comboio faz parte das memórias dos Barreirenses e a sua preservação deve orientar-se no  sentido de dar continuidade a essa identidade colectiva.

Torna-se urgente proceder a um levantamento do património ferroviário existente no Barreiro, classificá-lo, de modo a dar a conhecer aos Barreirenses esse universo, essa realidade, de forma a poder atribuir um destino e um uso adequado ao património existente edificado, e que nalguns casos conta com mais de 150 anos de idade.


A memória ferroviária assume uma abrangência que vai muito para além do património edificado, incluindo-se aqui, o património imaterial.

O património material é composto por um conjunto de bens culturais classificados segundo sua natureza, arqueológico, paisagístico e etnográfico; histórico.
 O património imaterial abrange as mais variadas manifestações populares que contribuem para a formação da identidade cultural de um povo, onde se inclui a gastronomia, profissões, associações culturais e desportivas com génese ferroviária.

Torna-se necessário uma forte e participada discussão entre o poder político e a sociedade civil, procurando encontrar a responsabilidade partilhada na execução desta tarefa de preservação do património ferroviário no Barreiro.
E sim, é possível, encontrar formas de preservação que promovam o desenvolvimento do Concelho e da Região, sobretudo, numa vertente de turismo específico, característico, apreciado não pela monumentalidade dos edifícios, mas pelo que estes representam em termos históricos e culturais.
Se houver vontade e empenho, bastará aproveitar as experiências neste campo que já existem por toda a Europa e até fora da Europa, para se descobrir e implementar um modelo de preservação que co-exista com um modelo de desenvolvimento local e regional.
Patrícia Tavares

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