quarta-feira, 6 de março de 2013

CLASSIFICAÇÃO DO PATRIMÓNIO FERROVIÁRIO do BARREIRO

(comunicado n.º 2)

1- O MCSPFB foi criado em Maio de 2012 com o objectivo concreto de lutar pela preservação do importante património ferroviário do Barreiro: um conjunto de edifícios, equipamentos e material quase único em Portugal, intimamente ligado à história contemporânea da grande vila-cidade, industrial e operária, parte inalienável da memória colectiva de 150 anos de trabalho e progresso tecnológico socialmente relevante.

2- Inscreveu-se no texto programático do MCSPFB, a vontade, disponibilidade e sentido construtivo, para organizar e participar em todas as iniciativas visando a prossecução dos objectivos enunciados. Com este fim foi lançada uma Petição Pública, elaborada uma Rota do Património Ferroviário e promovidas várias acções de divulgação e de sensibilização.

3- No cumprimento do compromisso assumido no lançamento da Petição Pública, em Julho de 2012, foram recolhidas 500 assinaturas que serão agora entregues às entidades competentes, já então referidas: Câmara Municipal do Barreiro, Assembleia Municipal do Barreiro, Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, CP/REFER e Museu Nacional Ferroviário.

4- Assumindo o espírito de colaboração construtivo, far-se-á a entrega em simultâneo da Documentação – Inventário, elaborada segundo os preceitos legais, para fundamentar o pedido de Classificação de âmbito Municipal e/ou Nacional, dos seguintes edifícios/equipamentos do património ferroviário do Barreiro:

a) Estação Ferro-Fluvial (de Miguel Pais);

b) Oficinas do Caminho de Ferro/Estação primitiva;

c) Bairro Ferroviário e Palácio do Coimbra;

d) Rotunda das Máquinas

5- Para o efeito foram elaborados dossiers completos que vão ser entregues em reuniões nesta data solicitadas à C.M.Barreiro, A.M. Barreiro, IGESPAR, CP/REFER e M.N. Ferroviário.

Convidam-se todos os subscritores da Petição Pública, a Imprensa Regional e todos os demais interessados, a acompanhar estas “demarches” que serão oportunamente calendarizadas.

6- Numa terra em que os comboios têm um primordial e paradigmático significado, mais propomos o aproveitamento imediato da rotunda da Avenida da Liberdade com a Avenida du Bocage, com um elemento arquitectónico de homenagem ao transporte ferroviário (ali tão perto!...), e aos milhares de trabalhadores ferroviários que aqui viveram (e vivem), labutaram e se ligaram à terra barreirense.

7-   Acontecimentos recentes na área do património ferroviário deixam-nos preocupados, embora, por outro lado, algumas notícias sejam encorajadoras da acção cívica na defesa da história colectiva das gentes do Barreiro.

A reafirmação pela CP da continuada utilização do eixo ferroviário do Barreiro, significa que uma parte do património continuará útil e vivo e que a transportadora não poderá/deverá abandonar o restante. É importante que os comboios continuem no Barreiro!
8-   A colocação à venda pela CP dos terrenos que foram de servidão ferroviária, e que a empresa registou em 2012 por usucapião, para a obtenção de mais-valias imobiliárias, viabilizada pela aprovação da Câmara Municipal do Barreiro de um projecto de construção maximalista, põe em perigo imediato a sobrevivência do característico Bairro Ferroviário (e dos seus actuais locatários) e do Palácio do Coimbra, uma casa senhorial do séc. XIX.
9- É com desgosto que vemos continuar a sumir-se o Património Histórico Industrial e Ferroviário no Barreiro. Por isso nos propomos continuar a lutar pela sua sobrevivência, conservação e aproveitamento sustentado, de todas as formas ao nosso alcance, dando o nosso exemplo concreto de trabalho participativo, esperando que outros o façam também, nomeadamente a CMBarreiro/AMBarreiro e o IGESPAR, na Classificação do Património solicitada.


Barreiro, 6 de Março de 2013
                                       

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